Guarda a realidade num espelho escuro
e que a luz estreita lhe dê vida.
Sobre o cristal manchado renascem as paisagens:
difusas porém mágicas.
Que conflito interior entre luzes e sombras,
entre química e tempo,
nos devolve os signos feitos signos?
Invertidas imagens, agora,
nas nossas mãos mostram as cidades,
as visões enigmáticas do mundo.
Olhamos com assombro esta esquina do tempo,
este cartão iluminado e claro
que com a sua luz nos salva do esquecimento.
_
▪ Juan Lamillar
(Sevilha ESP, n. 1957)
Poema inédito em livro
Mudado para português por – Sandra Santos, estudante de mestrado em “Estudos Editoriais” pela Universidade de Aveiro, Portugal. Desenvolve projectos na sua área de estudos. Escreve e tra/produz. Membro do colectivo artístico “Mutações Poéticas”. Co-fundou a página de facebook “Poesia em matéria fria”. Em 2016, co-coordenou o sexto número da revista de poesia “Cuaderno Ático”. A sua missão de vida é contribuir para a partilha de conhecimento, através da sua intervenção político-poética no mundo.
VERSÃO ORIGINAL/ VERSIÓN ORIGINAL
░ CAMERA OBSCURA
Guarda la realidad en un espejo oscuro
y que la luz estrecha le dé vida.
Sobre el cristal manchado renacen los paisajes:
difusos pero mágicos.
¿Qué conflicto interior entre luces y sombras,
entre química y tiempo,
nos devuelve los signos hechos signos?
Invertidas imágenes, ahora,
en nuestras manos muestran las ciudades,
las vistas enigmáticas del mundo.
Miramos con asombro este rincón del tiempo,
este cartón iluminado y claro
que con su luz nos salva del olvido.
_
▪ Juan Lamillar
(Sevilha ESP, n. 1957)
– Inédito –