Frágil o mar o sonho a utopia
A nossa emergência transparente de viver
Frágil a sombra do ôká
A fiá gleza
As plantações
Café cacau
Frágil o caminho que leva à verde casa
Frágil a mãe que ergue o dumo da coragem
E ergue o rio em sua voz magoada
E ergue a encosta crivada de matabala
E desce a foz de seus passos
E enlaça o corpo todo
No sangue rubro das acácias
Frágil o som da nossa voz
O ténue abraço que nos separa do amanhã
A hibridez de nossa pele nossos costumes
Frágil a enseada onde aportam
As jangadas de todas as raças
_
▪ Olinda Beja
(São Tomé e Príncipe, n. 1946)
in “O Cruzeiro do Sul”, Edição bilingue: Português/Castelhano, Editora El Taller del Poeta, Pontevedra ESP., 2011