«explica-me este verso
pedias
como se a luz
pudesse
permanecer intacta
sobre a tua mão.»
Ana Paula Inácio, Anónimos do séc. XXI, Averno, 2016
Não expliques nenhum verso.
Peço-te.
Deixa que a luz tombe
sobre as janelas quase abandonadas
da varanda
e que as sombras de ferro forjado
que perduram nas cortinas
mesmo anoitecendo
sejam a única coisa intacta
no interior do poema.
_
▪ Sandra Costa
(Trofa, n. 1971)
Inédito publicado com autorização prévia da autora