As nossas mães costuram galáxias
com olhos pintados de negro e lábios vermelhos.
Às vezes viajam em aviões de fogo
sobre ruínas em chamas. E ardem em vulcões.
As nossas mães olham-nos de um pomar branco
dentro de estrelas alvas. Correm como gazelas
num espelho incansável.
Ouvem-se mil passos velozes. E
o seu coração está coberto de pedras preciosas.
Deus está atrás delas.
Um anjo sangra,
até que chegue a primavera.
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▪ Maria Azenha
( Portugal 🇵🇹 )
in “A Casa da Memória”