I bambini hanno cessato il gioco ad Amatrice.
Ora solo macerie
e vestigia dell’ultimo addio:
un crogiolo di zolfo,
le ferite delle nuvole,
e la delicata anatomia dei sismi.
Quasi senza volto,
la vedo sbirciare dall’altro lato dell’inferno della terra.
Chiama segnali d’insetti
e la piccola mano di un Angelo al di sopra.
Amatrice dorme su un ramo di pietre.
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▪ Maria Azenha
(Coimbra, n. 1945)
Poema inédito publicado com autorização prévia da autora.
Mudado para italiano por – Daniela Di Pasquale, tem licenciatura em Letras e doutoramento em Estudos Comparatistas. Foi bolseira de pós-doutoramento durante 7 anos no Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa. Traduz poesia e ficção de português para italiano e o seu primeiro livro de poemas foi publicado em 2014 (Mater Babelica, Lietocolle). Actualmente trabalha na área da educação.
VERSÃO ORIGINAL
░ Em Amatrice tudo é possível
As crianças terminaram o jogo em Amatrice.
Agora só escombros
e vestígios do derradeiro adeus:
um cadinho de enxofre,
as feridas das nuvens,
e a delicada anatomia dos sismos.
Quase sem rosto,
vejo-a espreitar do outro lado do inferno da terra.
Clama sinais de insectos
e a pequena mão de um Anjo por cima.
Amatrice dorme num ramo de pedras.
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▪ Maria Azenha
(Coimbra, n. 1945)
Poema inédito publicado com autorização prévia da autora.