Um texto inconcluso,
um pensamento em andamento,
potência em sua essência.
Aproximações infinitas,
tarefa em processo, avanço e retrocesso.
Incompleteza, com certeza.
Reagir, refazer, reescrever
– reformulando-se, revelando-se
na inconformidade do ser.
Que os textos se multipliquem,
frutifiquem, não se bastem;
sem medo de falhar,
sem acabar jamais, recomeçar.
Conquistar, dominar
– ou despistar.
Do outro lado do texto,
nas entrelinhas,
como um espelho
em que outros se vejam.
Ser sendo, lendo,
expandindo-se, outridade, releitura
enquanto dura. Só existe
o texto na leitura.
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▪ Antonio Miranda
(Maranhão BR, n. 1940)
Poema inédito publicado com autorização prévia do autor.