No inverno os guardas arrancaram o cobertor da
pele dos habitantes do jardim. Um deles não verá o dia.
Na primavera foram lançadas garrafas cegas
nas casas assinaladas, que se incendiaram.
À noite busquei refúgio em teu corpo
como um menino se abriga no pé de morango.
Ouvir somente a tua respiração
apoiar-me em ti da cabeça aos pés e por um instante
não ver nuvens de veneno e de ocaso
acumulando-se pesadas.
Que mais direi.
Que és na minha pobreza o tesouro oculto
que a mão deles não alcançará.
Que eu seja na tua pobreza o tesouro oculto
que o saber deles não alcançará.
_
▪ Tal Nitzán
( Israel 🇮🇱 )
Mudado para português do Brasil por Moacir Amancio