Os dias do futuro estão à nossa frente
como uma fila de velas acesas
velas douradas, quentes e vivazes.
Os dias do passado ficam para trás,
triste fila de velas apagadas;
ainda deitam fumo as mais chegadas,
mas frias, derretidas e torcidas.
Não quero vê-las, dói-me o seu aspecto
dói-me lembrar a sua luz primeira.
Olho em frente as minhas velas acesas.
Não quero voltar-me pra não ver, aterrado,
que depressa vai crescendo a fila sombria,
que depressa vão crescendo as velas apagadas.
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▪ Konstantinos Kaváfis
( Egipto 🇪🇬 )
Poesia mudada para português por Manuel Resende