NA FRÁGIL LUZ DAS PAISAGENS

No outono as cidades amarelecidas prolongam-se
para dentro de guarda-chuvas abertos
que teimam socorrer os amantes de um dilúvio universal.

Algumas folhas de árvores esvoaçam como aves
em estado de chamas na frágil luz das paisagens.

Há bilhetes de outono espalhados por toda a parte,
alguns tristes,
outros dão para uma porta fechada que se pode abrir
a qualquer instante.

Quando entrei em casa não havia ninguém lá dentro.
Nem o inverno me esperava.

 

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▪ Maria Azenha
( Portugal 🇵🇹 )

in “A Casa da Memória”, Editora Urutau, 2024

 

 

SOBRE LA FRÁGIL LUZ DE LOS PAISAJES

 

En otoño las ciudades empalidecidas se prolongan
hacia dentro de paraguas abiertos
que se empeñan en socorrer a los amantes de un diluvio universal.

Algunas hojas de árbol revolotean como aves
en llamas sobre la frágil luz de los paisajes.

Hay mensajes de otoño esparcidos por todas partes.
algunos tristes,
otros dan a una puerta cerrada que se puede abrir
en cualquier momento.

Cuando entro en casa no hay nadie dentro.
Ni el invierno me aguarda.

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▪ Maria Azenha
( Portugal 🇵🇹 )

Mudado para castelhano por José Ángel Cilleruelo ( 🇪🇸 )