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Eles comem com as mãos cheias,
mastigam cifras, engolem promessas,
enxugam a boca com páginas de leis.

Nos copos, brindam ao progresso,
enquanto o povo com fome,
troca dignidade por migalhas.

Os bolsos são profundos,
os discursos, vazios.
Quando a conta chega,
não há culpados—
é o povo  que paga.


Ana Soares