POEMA DO COMEÇO

Eu num camelo a atravessar o deserto com um ombro franjado de túmulos numa mão muito aberta

Eu num barco a remos a atravessar a janela da pirâmide com um copo esguio e azul coberto de escamas

Eu na praia um vento de agulhas com um Cavalo-Triângulo enterrado na areia

Eu na noite com um objecto estranho na algibeira – trago-te Brilhante-Estrela-Sem-Destino coberta de musgo

 

_
▪ António Maria Lisboa
( Portugal 🇵🇹 )