É noite
espero-te
fumo
como a chaminé dum hospital
Escrevo
palavras que nadam num aquário
Tenho peças de relógio perdidas nas veias
Sou um colar violento ao teu pescoço de planta
Fumo
e teço um manto de algas
para te cobrir ao menor sinal de chuva
O sangue flui
com os destroços e os ossos das horas
O cigarro pega fogo à noite
–
▪ José Manuel Simões
( Portugal 🇵🇹 )
in “Sobras Completas”, Editora Abysmo, 2016