Interrompi os versos por laranjas.
E volto sempre a ti mesmo que não.
É estranho que pacíficas laranjas
não me consigam afastar de ti.
E que senil te pendure outra vez
na mesma corda, as molas sempre iguais
e que se chove corra a apanhar
-te,
não te vás desbotar ou romper,
ou sei lá, por húmida metáfora
ou bolorenta imagem de cordel.
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▪ Ana Luísa Amaral
( Portugal 🇵🇹 )
in “Coisas de partir”