No Outono eu sou a árvore da casa
e começo a recolher-me, a guardar
as últimas tranças do sol. Um frio ligeiro
arranha o pouco que tenho, as noites
começam a ser mais longas e as pessoas
que amava vão-se embora. É mais difícil
o início.
a ideia da ausência, do meu corpo sem folhas,
do que a ausência viva que habitará o Inverno.
À minha frente, parada como eu, a árvore
da outra casa sofre a mesma agonia. E não falamos,
não aprendemos como se falam e abraçam,
as árvores no outono.
_
▪ Teresa Agustín
( Espanha 🇪🇸 )
Mudado para português por _ Jorge Sousa Braga